Ao falar de meio ambiente não é necessário realizar um profundo estudo para concluir que a qualidade dos recursos naturais como solo, água e ar estão gravemente ameaçados.
Há muitos anos ouvimos que a disputa por água será a causadora de inúmeros conflitos, podendo chegar ao extremo de guerras. Não precisamos nos debruçar em estudos e análises para concluirmos que isso é cada dia mais real. Com uma simples visualização das águas que nos cercam já é possível ver o tamanho descaso da sociedade e dos governos no seu manejo.
Atualmente o esgoto doméstico nas áreas urbanas é a forma mais escandalosa de poluição das águas, do solo e também do ar. Diariamente, toneladas de resíduos domésticos são despejados nos rios, causando proliferação insetos, contaminando solo por onde passa e consequentemente águas subterrâneas. A degradação natural desse rejeito gera gases de efeito estufa, sem nenhuma forma de controle ou aproveitamento do seu potencial energético.
Na zona rural onde temos esperança de encontrarmos no “verde” das paisagens uma forma de vida mais saudável, em muitas situações são lançados sobre o solo agrotóxicos sem o entendimento de que o passo seguinte é a lixiviação, ou seja, lavagem desses venenos para os rios, que em muitos locais já não contam com sua principal proteção que é a mata ciliar.
Diante de tantos fatos desastrosos, digo que desistir não é a saída. Não podemos nos conformar com a depreciação do meio ambiente que é de todos, não somente do ser humano, mas sim de todas as formas de vidas nele existente.
Mas então, qual a saída?  Precisamos mudar alguns hábitos de consumo, adotarmos cuidados que na teoria são simples, porém fundamentais, como separar resíduos em nossas residências e cobrar para que tenham um correto destino. É nosso dever também cobrar maior investimento em saneamento básico. Precisamos lembrar que o planeta Terra é cíclico, ou seja, tudo que despejamos nele retornará. E acima de tudo, precisamos lembrar que a próxima geração somos nós!
 
Giovani Dresch
Biólogo, representante da CIC junto ao Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica Taquari/Antas