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Os caminhos da prosperidade

Há milhares de anos a história apresenta inúmeros casos de sociedades e populações, até mesmo países, que se desenvolveram a partir de um fato fundamental: Estradas.
Assim temos a rota da Seda, que ligava o Oriente ao Ocidente e permitiu o nascimento de um pujante comércio de mercadorias.
A via Ápia, que os romanos construíram há milhares de anos, possibilitou em sua época, o rápido deslocamento das legiões de soldados.
Os Estados Unidos da América somente prosperaram e se tornaram uma nação gigante após conseguirem explorarem seu imenso território. Feito realizado graças a uma expansão da malha ferroviária, além da construção de rodovias que cruzam o país, uma delas sendo a famosa Rota 66.
No Brasil, temos o exemplo da Transamazônica, uma tentativa frustrada de levar até o norte do país a prosperidade e o desenvolvimento através de rodovias.
Cito as observações acima, porque é obvio que para termos desenvolvimento e prosperidade precisamos construir caminhos para tal e estes caminhos são as rodovias mais apropriadas aos tempos atuais.
Estando à frente da CICS Serra, entidade formada por associações de 15 municípios da serra gaúcha, pretendo dar continuidade ao que sempre foi ponto fundamental para nossa entidade, a luta por rodovias mais seguras e adequadas, que permitam nossa região, tão pujante e empreendedora, ter condições de continuar a ser competitiva e desenvolver-se ainda mais.
Nossa região não representa caso isolado, vejam que há poucos anos, todos nós gaúchos comemoramos com grande euforia a duplicação da rodovia BR 101. Fato que já seria mais assertivo se estivéssemos quadriplicando suas vias de tráfego, no entanto, estamos tão atrasados no quesito rodovias, que o simples ato de duplicar já nos traz certo alento.
A Rodovia BR 116, que corta o Brasil do extremo Sul ao Nordeste do país, pois bem, até hoje possuí um grande trecho que liga o Sul ao Centro do país em pista simples. Eu fico imaginando a frustração e o desalento de profissionais que precisam rodar diariamente por esta rodovia de pista simples, com muitos locais sem acostamento e com uma enorme sobrecarga de veículos pesados. Por ser do setor de transportes, conheço muito bem os desafios a que me refiro.
Atualmente, falta aos mandatários da política nacional ter uma maior visão de Estado, ou seja, olhar para o Brasil como um todo e apontar onde e o que são necessários para desenvolver essa, ou aquela região. O último período que tivemos alguma visão parecida com a qual me refiro foi o período Militar. Neste período, foram implementadas uma série de investimentos em obras de infraestrutura e empresas, na tentativa de dar vantagens competitivas e ligar as diversas regiões do Brasil.
Posterior a este período, chegaram as privatizações e concessões de rodovias, fato que se iniciou com o Presidente Fernando H. Cardoso, sendo Antonio Britto o Governador Estadual. O formato de concessão da época, por ser algo novo e experimental, causou nos Gaúchos sérios traumas e muita rejeição às concessões. Hoje em dia, avançamos muito na expertise de contratos, com acordos menos leoninos e mais justos à todas as partes.
É certo que estamos com uma defasagem de 40 anos em nossas rodovias, em meio a inércia de governos que se sucederam e não tiveram a visão de viabilizar as condições necessárias para nossa região. Cabe às entidades empresariais e às lideranças privadas, a mobilização necessária e o pleito para as tão sonhadas rodovias de primeiro mundo.
Atualmente, os membros da CICS Serra trabalham de forma obcecada para viabilizar projetos de rodovias que cortam nossa região. Em âmbito federal, a BR 470 necessita de pavimentação asfáltica de um trecho de 43 Km entre André da Rocha à Lagoa Vermelha e a duplicação do trecho urbano das cidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, além de um Binário ou terceiras pistas na subida da Serra do Rio das Antas, em ambos os sentidos Veranópolis e Bento.
No plano estadual, estamos nos reunindo com o Governo do Estado há aproximadamente três anos, acompanhando e auxiliando nas concessões da RS 122 de São Vendelino à Farroupilha, na RS 446 de São Vendelino à Carlos Barbosa, ambas rodovias que ligam a Serra à capital do estado. Neste mesmo pacote de concessão, buscamos a duplicação da RS 453, que liga Garibaldi à Farroupilha e a construção de terceira pista no trecho de Farroupilha à Caxias do Sul.
Óbvio que relato aqui, os principais e urgentes gargalos de nossa região.
Porém temos muitos outros, como a duplicação da RS 453, que liga Caxias até o novo aeroporto regional da Serra, estendendo-se até o Litoral Norte. Caso tenhamos a realização de outro sonho antigo, que é o porto do litoral Norte, teremos a necessidade de uma rodovia que permita o tráfego de caminhões.
Também a partir de Caxias, temos a necessidade de duplicar a RS 122 até União da Serra, bem como a rodovia Federal BR 116, sentido à São Marcos. Com a mesma característica de tráfego, ambas as rodovias nos ligam ao centro do País.
A Rodovia 470, que corta as cidades da região da Serra, é também uma excelente alternativa de tráfego ao norte do estado e ao centro do país.
É primordial recuperarmos o atraso de nossas rodovias, pois estamos sendo ultrapassados por nossos estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná, que já estão muito bem servidos de estradas.
Portanto, em se tratando de rodovias, graças à defasagem, atual não nos faltará demandas e trabalho a serem executados. Boas rodovias são os caminhos que permitem o desenvolvimento de nossa região e de uma sociedade melhor, com qualidade de vida a todos. Afinal, a prosperidade é a melhor forma de assistência social, possibilitando trabalho e dignidade para todos que desejam vencer.
Elton Paulo Gialdi
Presidente da CICS Serra

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