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Manifesto da CIC Garibaldi sobre o “tarifaço” de Donald Trump e os impactos para o setor produtivo

A Câmara de Indústria e Comércio de Garibaldi (CIC), como entidade representativa de um dos polos industriais mais ativos da Serra Gaúcha, vem a público expressar sua profunda preocupação com a decisão do Governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, conforme anunciado pela Casa Branca sob a liderança do presidente Donald Trump.

Recebemos com surpresa e indignação a imposição de tarifas em patamar tão elevado. Não há motivação econômica legítima que justifique tal decisão. Trata-se de uma medida puramente política, com efeitos econômicos devastadores, que atinge diretamente as empresas brasileiras e desestabiliza relações comerciais construídas ao longo de décadas.

É, sem dúvida, uma das mais agressivas taxações já aplicadas na história recente do comércio internacional – algo que se reserva a nações em conflito, o que nunca foi o caso entre Brasil e Estados Unidos, parceiros comerciais de longa data.

O chamado “tarifaço” não é apenas uma medida comercial restritiva: é uma ameaça direta à sobrevivência de empresas exportadoras brasileiras, e particularmente àquelas que integram a cadeia industrial de Garibaldi, com forte atuação no Comércio Exterior. Trata-se de uma medida sem precedentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos, impondo um ambiente de tensão comercial nunca antes visto entre os dois países.

Dados recentes do Balanço Econômico de Garibaldi indicam que os Estados Unidos figuram entre os 10 principais destinos das exportações realizadas por empresas instaladas no município. Entre os principais produtos exportados estão ferramentas manuais, carnes de aves, móveis e peças de mobiliário, ração animal, suco de uva, entre outros.

A elevação abrupta das tarifas poderá provocar a inviabilização de exportações de diversos segmentos, corte de postos de trabalho, queda da arrecadação pública, desestímulo ao investimento industrial e perda de competitividade frente a concorrentes globais.

A CIC defende que qualquer enfrentamento comercial deve ser tratado com base em critérios técnicos, econômicos e diplomáticos, e jamais instrumentalizado por posicionamentos ideológicos ou disputas político-partidárias. Os interesses do País devem estar acima de qualquer agenda pessoal, eleitoral ou ideológica.

Reafirmamos que o diálogo é o único caminho aceitável para reestabelecer a confiança entre os dois países. É por meio da cooperação que construiremos uma relação comercial mais equilibrada, transparente e benéfica para ambos os lados.

Sempre atuando em consonância com a Confederação Nacional da Indústria, Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e Federasul, entre outras, a CIC Garibaldi manifesta total apoio às entidades que atuam junto ao Governo Federal na tentativa de reverter essa medida.

É urgente intensificar as negociações diplomáticas com os Estados Unidos, com articulação estratégica entre o setor público e privado, buscando preservar a relação comercial e proteger os interesses das empresas brasileiras. Não podemos permitir que o Brasil se torne refém de decisões unilaterais e geopolíticas que colocam em risco o desenvolvimento econômico nacional.

A nossa entidade vai permanecer em contato direto com as lideranças empresariais, acompanhando os desdobramentos desta situação crítica e defendendo os interesses legítimos de suas empresas associadas. Acreditamos que o bom senso prevalecerá, e que a taxação será revertida por meio da diplomacia, da racionalidade econômica e do respeito mútuo entre nações.

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