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Crise no abastecimento de matérias-primas reprime e onera a produção


Uma das pautas mais delicadas e importantes para a indústria de móveis e colchões tem sido, indiscutivelmente, a crise no abastecimento de matérias-primas e insumos produtivos variados, monitorada de perto pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
E, claro, não poderia ser diferente. Com uma demanda superaquecida desde o início do segundo semestre de 2020, a falta e as consequentes altas extremamente elevadas no preço de materiais essenciais para a atividade industrial moveleira vêm causando desajustes significativos entre a oferta e a procura. Freando, assim, a expansão do setor e trazendo prejuízo, desconforto nas relações comerciais e bastante frustração.
Entendendo a situação
A interrupção do comércio físico e da produção industrial, seguida por uma explosão surpreendente do consumo de móveis e colchões durante o ano passado, pegou as empresas com baixos estoques. Levando, então, a um colapso na cadeia de suprimento, que não conseguiu dar conta da demanda urgente e crescente que se estabelecia. Deixando, assim, a indústria sem material para trabalhar e gerando espera no varejo.

Pesquisa da FGV – Fundação Getúlio Vargas revelou que em outubro do ano passado a falta de insumos atingiu os maiores níveis em 19 anos, o que se confirma ao ouvirmos os industriais. De acordo com a CNI – Confederação Nacional da Indústria, 68% das empresas de todos os setores pesquisados pela instituição relataram problemas para encontrar matérias-primas dentro do mercado doméstico no último semestre. Daqueles que importam, a pesquisa mostrou que 56% deles também sofreram com o mesmo impasse.
Com uma expectativa geral de que a situação se estabilizasse no primeiro trimestre de 2021, infelizmente o setor ainda não observa sinais de melhora. O problema continua, entre outras questões, em virtude da disrupção dos processos produtivos, do desequilíbrio cambial e da alta muito significativa no valor do frete internacional em decorrência da pandemia que continua exigindo medidas restritivas e abalando as economias ao redor do mundo.
Impacto no setor moveleiro: Aumento nos preços chega a quase 200%
Entre as indústrias de móveis e colchões, os problemas mais significativos estão no fornecimento de painéis de madeira, como MDF, bem como de aço, ferragens e espumas, essenciais para a produção. Dessa forma, muitas empresas já reduziram o ritmo de atividade por falta de matéria-prima. E quem consegue produzir não consegue distribuir o produto por falta de embalagens de papelão, plástico e vidros. A escassez, somada ao câmbio desvalorizado, portanto, resulta em alta de preços, que chegam a quase 200% em alguns segmentos.

Todo esse descompasso, não só reprime como também onera a produção. Com os reajustes imediatos na porta da fábrica esmagando as margens das indústrias, que não conseguem repassar o valor para o varejo. Pois, de que maneira repassar esses reajustes enquanto os fabricantes ainda correm contra o tempo para atender aos pedidos represados do ano passado? Mais do que nunca, precisamos pensar e agir como uma cadeia!
Abimóvel segue na busca por medidas que beneficiem o setor industrial
Sempre focando nosso trabalho nos principais interesses da indústria de móveis brasileira, reforçamos a luta da ABIMÓVEL na busca por medidas e acordos que visem frear os aumentos abusivos das matérias-primas e insumos. A questão, aliás, está na mesa das discussões com vários atores envolvidos, onde buscamos uma alternativa de solução junto ao setor público e demais entidades de classe, cerca de 100 setores, que também sofrem com o problema.

Aliás, é importante frisarmos que o grau de dificuldade em relação ao assunto é bastante alto, considerando que este não é um problema exclusivo da cadeia madeira e móveis. Todas as cadeias produtivas, então, enfrentando crise no abastecimento.
Continuamos, porém, trabalhando em contato permanente com o Governo Federal e o Congresso Nacional, conversando sobre o acirramento da pandemia nos polos moveleiros, monitorando dados do setor e da economia, bem como atuando na construção de novas medidas que beneficiem à produção de móveis no País. Outro assunto determinante é a necessidade de reformas urgentes para o avanço do Brasil. Afinal, não há mágica a se fazer, as reformas precisam avançar! A luta da ABIMÓVEL é constante, a indústria moveleira será sempre a nossa prioridade!
Maristela Cusin Longhi
Presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário

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