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Contra os decretos: “da esquerda à direita, dos operários aos patrões”

Em reunião extraordinária, que durou duas horas, representantes de todos os setores celebraram uma conjunção de ideias. Em tom unânime, presidentes e representantes de entidades empresariais se posicionaram contra os decretos do governo estadual que retira benefícios fiscais de segmentos de fundamental importância para os gaúchos.

As lideranças garantiram que a retirada dos quatro decretos é mais que necessária para permitir que as famílias gaúchas sirvam suas refeições, já que incidirão sobre a cesta básica. “Isto é uma violência contra a sociedade”, enfatizou o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa. Ele argumentou que a retirada dos incentivos prejudica a competitividade das empresas gaúchas, além de afetar diretamente na mesa da população.

Em total sintonia, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, defendeu “um confronto de entendimento (com o governo do Estado) para o bem do Rio Grande do Sul”. Ele lembrou do efeito do aumento de impostos diretamente nos alimentos “coisas que nunca antes foram tributadas” e concluiu dizendo que “a Assembleia Legislativa tem que se sentir empoderada para, ao menos, fustigar essa proposta no Legislativo”, defendeu Bohn.

O representante da Federação das Indústrias do RS (FIERGS), Marco Oderich, lembrou que a união das entidades tem força para garantir a competitividade. “A gente anda pelo interior, fala com os sindicatos e a sensação de todos é de desânimo”, explicou. Ele foi taxativo: “estão destruindo a indústria gaúcha, estão mandando as indústrias para fora do RS”.

União de todos os gaúchos

O presidente da Federasul lembrou que o efeito dos decretos “é tão cruel” que está causando a união de todos os setores, tanto dos patronais quanto dos funcionários, da esquerda à direita. Ele defendeu também a conjunção de ideias dos representantes das entidades nesta pauta, em um “alinhamento estratégico para que o governo enxergue um bloco coeso, unido, de toda a sociedade gaúcha”.

“Todos aqui temos que defender o consumidor final. Os decretos podem afetar até a segurança alimentar”, alertou Antônio Cesa Longo, presidente da AGAS. A presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul, Simone Leite, lembrou a importância de transmitir essas informações à opinião pública. “Precisa ser dito que o governador se elegeu dizendo que não aumentaria impostos. Ele já sabia das contas públicas”. Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre. salientou que esta promessa será cobrada.
 
As entidades, de forma unânime, marcaram para o próximo dia 21, no Palácio do Comércio, um fórum técnico sobre os decretos estaduais e soluções possíveis para arrecadação. Para isso, além das entidades setoriais, serão convidadas, todas as secretarias envolvidas bem como as frentes parlamentares.
 
“51% do varejo e serviços é informal. Aquele proprietário de uma vendinha vai se tornar informal. O caminho que o governo está apontando aqui é o da informalidade”, concluiu Ivonei Pioner, presidente da Federação Varejista do RS.

Foto: Sérgio Gonzales

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