A edição de quinta-feira, 23 de maio, do Bom Dia Associado CIC prestou uma homenagem a todos os empreendedores e trabalhadores do setor industrial pelo Dia da Indústria, comemorado em 25 de maio.
Na ocasião, o diretor da Tramontina Garibaldi, Felisberto Moraes, palestrou sobre os desafios da Indústria Brasileira frente a concorrência chinesa.
Conhecido por sua vasta experiência e visão estratégica, além de conhecimento do mercado internacional, ele fez uma abordagem sobre as três ondas do gigante asiático e suas influências nas ações das empresas brasileiras.
Os reflexos das estratégias chinesas se fizeram notar com clareza nos movimentos que a Tramontina, assim como muitas outras empresas do setor, precisou realizar ao longo das últimas três décadas.
De acordo com Moraes, cada onda de concorrência provocou uma desacomodação do setor industrial brasileiro. A primeira delas, na década de 1990, trouxe para o Brasil produtos chineses sem marca, principalmente impulsionada pela desvalorização do dólar frente a recém-criada moeda do Real.
“Esse cenário afetou diretamente o mercado e trouxe consigo muitas incertezas”, classificou. Muitas empresas viram nesta primeira onda uma oportunidade e passaram a importar os mesmos produtos, mas incluindo sua própria marca, iniciando a segunda onda e uma enxurrada de marcas novas no início dos anos 2000.
Como reflexo dessa estratégia, muitas empresas sucumbiram, não conseguindo fazer frente aos preços praticados pelas importadoras. Poucas marcas conseguiram se adaptar para conseguir manter suas produções próprias.
No mercado brasileiro de ferramentas, 65% das vendas em 2023 foram de importados. Mesmo diante deste cenário, a Tramontina Garibaldi ocupa sozinha uma fatia de 21% ante 14% das demais marcas existentes.
Por fim, a terceira onda avança com a chegada de produtos com marcas chinesas, criando uma nova leva de concorrentes nas prateleiras do Brasil. Essa nova realidade traz como preocupação a dificuldade em manter o nível de produção e a obrigação de novas estratégias, com produtos de valor agregado, personalização, serviços, fidelização de distribuidores, entre outros.
DIA DA INDÚSTRIA
Dirigentes da CIC aproveitaram o evento para prestar homenagens aos associados do setor industrial. O presidente da entidade, Carlos Bianchi, lembrou das enchentes que atingiram o estado, pediu união e disse que a Indústria será fundamental para a reconstrução da economia do Rio Grande do Sul.
“Neste momento de profunda consternação e desafios sem precedentes, é fundamental nos unirmos como comunidade para enfrentar estas adversidades. A presença de cada um de vocês aqui conosco demonstra este espírito que deve nos mover para reerguermos juntos, cada um da maneira que puder, nosso amado estado”, salientou.
Para o vice-presidente da Indústria da CIC, Pedro Carrer, o momento é oportuno para reconhecer e agradecer a todos os empresários e associados que compõem este setor vital para toda a sociedade.
“A indústria é uma alavanca social, oferecendo empregos, promovendo o desenvolvimento tecnológico e impulsionando a inovação. É através de suas ações que conseguimos transformar adversidades em oportunidades, fortalecendo nossas comunidades e fomentando um desenvolvimento sustentável”, concluiu.